TEM QUE ESTUDAR, VIU!



Quem já não teve pressão/incentivo dos pais, irmãos, parentes, amigos e professores para estudar, se qualificar, buscar um curso superior, com objetivo de ter uma vida melhor? É comum ouvirmos “tem que estudar, viu!”.
Lembro de quando estudava o ensino fundamental, ouvia com constância a frase “estudem, mais estudem muito, senão vão virar policial”. Depois falavam que se não estudasse viraria professor, numa alusão ao baixo salário à época e de que se não estudasse ocuparíamos as profissões com os piores salários. Na minha vida profissional, findei por ocupar as duas profissões.
Esse tempo passou e hoje aumentou o leque de opções, mas ao mesmo tempo aumentou consideravelmente o número de pessoas com qualificação e formação para ocupar os mais diversos cargos, sem que, todavia, esses tais cargos apareçam.
Amanhã mais de 5,5 milhões de pessoas, em sua grande maioria jovens e adolescentes, estarão fazendo o ENEM, na busca desse objetivo, numa luta sadia, mas contra si mesmo, uma vez que milhares disputam as mesmas vagas, nas Universidades Brasil a fora; hoje não basta ser “bom”, como falávamos, tem que ser “o melhor”.
Todavia, toda essa pressão/incentivo para estudar, tendo que muitas vezes se sacrificar (morar sem condições em outro município e fazendo dívida, quando feito pelo FIES), para concluir um curso superior, finda em sua grande maioria se restringindo a um mero “diploma”, uma vez que depois de formado passa a engrossar a fila daqueles que estarão na busca de um emprego, uma ocupação.
Enquanto isso os sonhos desses jovens vão se esvaindo, perdendo com isso a esperança de dias melhores e se frustrando pelo esforço desprendido na sua qualificação. O olhar deve está além do ENEM, do FIES, do aumento na oferta de curso superior, deve atingir o ápice de todo esse esforço, desaguando na realização de tudo isso, que é uma ocupação, de acordo com sua formação.
O despreparo governamental e a falta de tino, estrutura e incentivo para o crescimento e fortalecimento da inciativa privada com vistas a geração de empregos, faz com que uma grande maioria dos jovens sejam reféns de prefeituras e estados, muitas vezes em subemprego e sendo provisório, utilizados quase sempre para movimentação política, que perpetuam os despreparados no poder e os qualificados sob suas ordens e caprichos.

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